Podemos suspirar por noites calmas
Publicado a na categoria Reflexões
A parte que nunca parte e que nunca se põe de parte: os filhos.
Podemos suspirar por noites calmas e manhãs com acordares tardios.
Pelas viagens sem destino e sem hora de chegar.
Pelos calmos almoços e pelos tranquilos jantares.
Pela casa impecavelmente organizada e decorada. Podemos até ter saudade de não ter medo de deixar de estar aqui. De cuidar só de nós e de saber que o amanhã não tem de ser programado e protegido.
Podemos ter saudade do café a saber a silêncio e do livro lido de uma só vez.
Mas de que adianta ter tempo para ler um
Livro, se não usarmos esse tempo para fazer a nossa própria história? Com personagens. Reais e encantadas.
Podemos ter saudade de um passado solto e livre, mas jamais trocamos o atarefado e ocupado presente. O apertado abraço e o inesperado beijo. O olhar grato de quem sabe que é cuidado com amor. O mimo a materializar o
Que recebe de atenção.
Jamais trocamos olhares de gratidão por tudo o que fazemos. Jamais trocamos os beijos dados pedidos ou sem
Pedido algum.
Jamais trocamos o sono e o desassossego. Pela feliz confusão e pelo alegre cansaço. Um dia olharemos para trás e perceberemos que teremos saudade deste presente, e deixamos de ter saudade do outro passado.
Nota sobre a autora
Cláudia de Pinho
Trinta e dois anos
Fashion adviser
Mãe há quinze meses
Apaixonada por sítios (sítios que trazem luz)
E-mail: [email protected]
Texto anterior: https://www.elefantedepapel.pt/o-lado-c-da-sardenha/