O Tatuador de Aushwitz

Quando saí de 2019 e calquei 2020, defini que iria comprometer-me a ler um livro por mês. Seria o mínimo aceitável! Sempre tive o hábito de ler, mas a faculdade e os livros técnicos foram retirando o pequeno prazer de ler para alimentar a alma! Em 2019 já tinha feito um bom trabalho nesse sentido, mas não foi rigoroso!

Daí o reforçar de compromisso. Calha estarmos em março e do seu início ser cheio de muitos projetos profissionais. Como sou obstinada, não queria usar essa desculpa para não ler. Bastava uns 15 min por dia. Por isso, foi escolhido um livro mais pequeno e com uma linguagem mais “fluida”. Tudo isto, avaliando o livro pela capa…O primeiro erro!

Claro, que o título remete para um tema pesado. No entanto, quando remete para livros bestsellers, tenho sempre algum preconceito…O segundo erro!

Ora, acontece que em vez de 15 minutos para ler, passei a ter bem mais tempo. Vários projetos ficaram suspensos e dediquei-me ao livro da mesa de cabeceira.

Leram o segundo parágrafo, onde teci as considerações sobre a capa? Pois, sou uma acérrima defensora que os livros têm um lugar certo na nossa vida. Há livros que eu li sem ter a maturidade para os encaixar e outros que assentaram nas minhas entranhas com tal força que me fizeram crescer anos-luz.

Com o momento que se vive, este foi, sem dúvida, o livro certo. Colocou tudo em perspetiva. Às vezes é o que precisamos, que nos ajudem a olhar para o outro lado. De outro ângulo. Regra geral conseguimos ver um novo caminho. Apenas isso, um novo caminho para explorar.

Na história, Heather Morris, vinca nas páginas em branco as memórias de Lale. Sim, VINCA para a Humanidade não esquecer. VINCA para ficar eternizado no papel o relato de quem viveu o pior que o homem fez ao seu semelhante. Porém, VINCA a esperança mesmo nos tempos mais duros. VINCA o amor, o último reduto. VINCA a sobrevivência. VINCA a luta pelo caráter.

No meio do caos, da crueldade, da monstruosidade e da insensibilidade nasce o mais belo sentimento da Humanidade. Fica demonstrado que na vida, se lutarmos por algo tão nobre como o amor, iremos sobreviver. Lale e Gita, só tinham uma certeza, naqueles tempos em que a vida era um jogo de sorte: o amor que os unia.

Desengane-se quem acha que vai ler sobre o amor na sua versão mais romântica. Não, trata-se do amor na sua fórmula pura. O amor na sua essência. O cuidar do outro. O preocupar-se com os pequenos nada que fazem o outro feliz. O amor que quer a felicidade do outro. O amor, que se alimenta de pequenos gestos, tão pequenos que mesmo para quem não ama ler histórias de amor fica enternecida.

Lale diz que se “acordamos de manhã, já é um bom dia”. Nós, que vivemos a incerteza dos tempos, fundamentemo-nos nesta história para percebermos a outra perspetiva.

Há sempre um dia depois, e nesse dia irão existir sempre lutas e batalhas que teremos de travar, só as travaremos com a ferramenta ideal: o amor!

Nota sobre a autora

O meu nome é Inês Pina.

Sou uma marrona que não gosta de estudar, uma preguiçosa trabalhadora e uma fala-barato solitária.

Partilhe nas Redes Sociais
FacebookTwitterPinterest

1 comentário em “O Tatuador de Aushwitz

  1. Sou uma grande fãs da Segunda Guerra Mundial e devoro todos os livros possíveis sobre tal acontecimento. Adorei o livro e tenho que concordar com as suas palavras “Com o momento que se vive, este foi, sem dúvida, o livro certo. Colocou tudo em perspetiva. Às vezes é o que precisamos, que nos ajudem a olhar para o outro lado. De outro ângulo. Regra geral conseguimos ver um novo caminho. Apenas isso, um novo caminho para explorar.”. Um livro que todas as pessoas deviam ler, para aprender que em todos os momentos temos que ser boas pessoas

Deixe uma resposta

* Campos obrigatórios