Viagens do Elefante: Tailândia, dia 2

Mal saímos do avião, um bafo quente e muito húmido, a roupa a colar-se ao corpo e o cabelo a encaracolar imediatamente com a humidade. Gosto de lugares onde não controlo o cabelo e ele se revolta. Por norma, é sinal de que me vou sentir bem.

As nossas primeiras horas em Bangkok fizeram-nos cair de imediato ao colo da cidade. Escolhemos um hotel muito barato – limpinho e confortável na outra margem do Chao Phraya (ver notas).

O rio que serpenteia por toda a cidade é navegado diariamente por milhares de pessoas. Passagem curta no hotel para um duche rápido na tentativa de acordar o corpo do entorpecimento de 15 horas de voo e embarcámos, sem dormir e sem destino, no primeiro Ferry que vinha carregado de trabalhadores. À noite, no rio, Bangkok parece um cubo mágico de luzes bruxeleantes e pedras preciosas. A cidade alinha-se nas margens entre a modernidade e a tradição, os barcos correm velozes de todas as cores, tamanhos e feitios e ouvem-se os assobios agudos e certeiros dos homens que manejam os lemes e que nos despertam para a prometida chegada ao Cais.

Consultámos o mapa e decidimos jantar em Khao San – uma das mais famosas de Bangkok e que, na verdade, é um bairro onde tudo acontece ao mesmo tempo e de forma tão intensa que é muito difícil de absorver num primeiro impacto. Uma rua onde cabe o mundo inteiro e em que tudo (literalmente tudo) se vende, música e bailarinos ao desafio nos passeios, lady boys de beleza estonteante que nos convidam para um copo, tatuagens ao ar livre, massagens no pescoço, nas costas, nos pés, onde quisermos, street food deliciosa – tudo o que se prova é uma explosão de sabor, especiarias, intensidade. Mochileiros que viajam de todos os cantos do mundo, uma diversidade de cores, cheiros, sons e sabores absolutamente estonteante.

E foi sentadas numa esplanada a ver Bangkok passar, de cerveja gelada na mão e “no thanks, no thanks” à senhora que nos tentava vender escorpiões fritos como aperitivo que a cidade se entranhou pela primeira vez em nós. Bela, colorida, viva, barulhenta, inclusiva, diversa, multicultural.

Por esta altura já o meu cabelo era um mar de caracóis endiabrados, o corpo habituado à humidade a ceder à privação de sono, tuk tuk em viagem alucinante até ao hotel baratinho (ainda nos queixamos nós do trânsito) e mal caímos na cama, caímos no sono profundo de quem calcorreia quilómetros em novo território, sabendo que a alvorada seria às 5 da manhã para a oferenda de pequeno-almoço aos monges budistas e uma visita pelos mais emblemáticos templos da cidade.

Mas Bangkok já nos tinha na mão… e por agora, na cama.

Até amanhã!

 

*

Notas para viajantes

– O Hotel em que ficámos é o Íbis Bangkok Riverside. Baratinho (mesmo) limpinho e perto do barco que nos liga à cidade toda.
– Levem dinheiro de Portugal e façam o câmbio em qualquer loja (existem por toda a parte, eu fiz logo no aeroporto) – ficamos a ganhar.
– Comprem um cartão de net ilimitada e ponham no vosso telefone (pagámos 16 euros e dá para 15 dias).
– Falem inglês muito simplificado. Se possível, usando poucas palavras e precisas. Os Tailandeses estão sempre prontos a ajudar, percebem-nos mas só se falarmos inglês muito simples.
– O melhor meio de transporte é o barco (40 cêntimos) muito barato e agradável. Andar a pé ou de sky train é a melhor forma de se conhecer a cidade.
– Só andámos de táxi do aeroporto para o hotel e de tuk tuk de KhaoSan para o hotel. O preço é logo acordado com o motorista de forma honesta e cordata e sem margem para artimanhas – não faz parte da cultura tailandesa.
– Levem pouca roupa e leve. Chinelos e calças largas são essenciais.

Até amanhã!

Rita Ferro Rodrigues

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4 comentários em “Viagens do Elefante: Tailândia, dia 2

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