Um dia voltamo-nos a ver meu amor

Um dia voltamo-nos a ver meu amor.

Um dia a vida volta a fazer com que os nossos destinos se cruzem. Tenho a certeza. Ou pelo menos gosto de acreditar que sim.

Ainda ouço a porta do teu carro a bater todas as noites. Parece impossível, mas ouço. São as saudades a falar mais alto. Sei que são.

Grande parte das noites ainda continuo a admitir na almofada com o escorrer das lágrimas as saudades que tenho de te ver mas como o amor não pode, nem deve ser, implorado eu limito-me a admiti-las todas as noites e a ganhar coragem durante o dia para continuar o caminho que desejei milhares de vezes fazer contigo. Fecho de força os olhos para que por segundos ainda me consiga ver no teu colo e por consequência protegida do mundo como tu tão bem me fazias sentir.

Que amor tão grande!

Um amor gigante aquele que ainda vai aqui dentro deste coração tão pequenino. Às vezes dou por mim a pensar como pode um amor dessa dimensão caber neste espaço tão pequenino.

Mas a realidade é que o conseguiste encaixar cá dentro como ninguém! Na perfeição. O teu amor coube sempre dentro de mim como se fosse feito à medida.

Vendo bem, acho que no meio de tantas diferenças éramos o mais iguais possíveis. Tu amavas-me e eu a ti. Haverá semelhança melhor no mundo?

Perguntam-me vezes sem conta no que me inspiro para escrever, digo sempre que é no amor. E é. Em ti, sempre. Porque me faz bem escrever sobre ti, sobre nós. Faz-me bem lembrar que um dia fomos um do outro. Faz-me bem sentir, mesmo que por segundos, aquela explosão de sentimentos bons que sentia contigo.

A escrita flui, tal e qual como me deixei fluir em ti.

Noites longas estas, agora. Noites que parecem uma eternidade. Faltam as gargalhadas, falta a cumplicidade, faltas tu. E falto eu. Falto eu mesma. Falta aquela que te sorria como uma tola, completamente perdida de amores. Aquela que te prometeu mil milhões de vezes amar-te para sempre. E perdoa-me não estar a mentir, mas ainda te amo. Tal e qual como no primeiro dia. Com a mesma intensidade arrebatadora. Com a mesma vontade de sempre de te ter comigo por uma vida inteira. Não sei deixar de te amar. Acho que é isso. Não sei deixar de te amar. Não me ensinas-te a fazê-lo e eu nunca quis aprender também. E continua a passar-me ao lado isso, continuo a não querer aprender.

E enquanto fores tu a mover o meu mundo, mesmo de longe, eu não vou querer nunca saber disso.

Passei contigo um milésimo do tempo que queria passar, mas o pouco que foi fez-me acreditar. Acreditar que ainda sei amar. Que ainda há quem me faça acreditar no amor e na felicidade que ele acarreta.

Se soubesses o quão grata sou por isso…! Grata sobretudo por ter feito parte dessa tua vida que me fascinava. Diferente da minha. Que me dava vontade de conhecer sempre cada vez mais e de me integrar nela como uma flecha. Sem medo. Sem medo do que viria. E apesar do futuro a curto prazo não ser o mais risonho do mundo, deixei… Deixei-me amar-te. Deixei perder-me. Deixei-me viver a vida da melhor forma que sei, amando. Por inteiro.

Sem pensar em passados nem futuros. A pensar só em ti e em mim. Sempre. E para sempre.

Prometi sempre, que te esperava. E esperei. Ainda espero.

Sei que já canso, mas sinto sempre a necessidade de o dizer: desculpa. Desculpa meu amor. Desculpa todas as minhas falhas. Desculpa os meus fracassos, os meus deslizes e sobretudo não ter tido tempo para te mostrar que sou humana e que falho por te amar. Tentei sempre ser o melhor de mim, mas falho. E ali falhei-te.

Perdoa-me por isso. Perdoa-me por não ter sido aquilo que tu tanto merecias, o melhor do mundo.

Um dia voltamo-nos a ver meu amor.

E nesse dia…

Nesse dia deixa-me ficar a noite toda a olhar-te por todo o tempo que não pude, mas que tantas vezes pedi.

Nota sobre a autora:

O meu nome é Daniela. Trabalho há seis anos, mas com o decorrer da vida senti uma necessidade grande de escrever. De escrever o que sinto. O que muita gente sente. Falar sobre dores que ficam, dores que aliviam com a escrita mas que não passam. Deixo nas palavras pesos que não consigo carregar sozinha. Saudades de quem não tenho, amores que rumaram por caminhos diferentes dos meus, presenças que me fazem falta. São também as palavras que me ajudam a amar. A dizer o quanto a vida é bonita e o quanto agradeço por ter pessoas boas na vida. Sou grata por me lerem. E é desta forma que a minha vida faz ainda mais sentido.

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