Toque, amor, colo, mimo

 

Pele do seu bebé: mais do que cremes, necessita de toque e amor.

“(…) O toque/contacto é tão necessário para o bebé como alimento, é uma necessidade básica a que os pais devem dar resposta, sem limites, regras, restrições…”

Sabia que o toque é o primeiro sentido a ser desenvolvido pelo bebé, ainda no útero?

Pois é. Por volta das 8 semanas de gestação, a pele do bebé é estimulada por diversas formas, quer seja pelo movimento do líquido amniótico, pela pressão da parede uterina ou, mais tarde, pela passagem pelo canal durante o parto – e o quão importante isto é -, começando, assim, o feto a responder ao tacto (Barcia, Sá, s.d.).

 

Quando nasce, o bebé recebe, através da sua pele, inúmeros estímulos e é dessa forma que começa a explorar o mundo que o rodeia. O toque é determinante. É na pele (o nosso maior órgão!) que se encontram muitos dos receptores que transmitem as informações ao sistema nervoso tornando-se, assim, num caminho para a exploração do mundo. O toque é uma verdadeira ferramenta para comunicar. Comunicar com amor através do toque é uma necessidade básica de todos os recém-nascidos e fundamental para a sua sobrevivência.

O “toque nutritivo”, aquele que é realizado com a intenção de tranquilizar, relaxar (e, claro, mimar o bebé) pode e deve ser proporcionado pelos pais. Existem varias formas de o fazer:

1. festinhas no bebé (no momento do creme/banho, por exemplo);

2. um simples abraço;

3. pegar ao colo e aconchegar;

4. (ou mais intencional) através massagem infantil.

Todas as formas são válidas para proporcionar segurança e conforto ao bebé.

Este acto de amor e de comunicação vai levar a que o bebé cresça de forma saudável e desenvolva um vínculo forte com os progenitores, tornando-se numa ferramenta indispensável para o normal desenvolvimento emocional e intelectual da criança.

Apesar destas evidências, o contacto físico, o toque, são práticas que ao longo dos anos foram esquecidas num mundo onde prevalecem as tecnologias. O acto de embalar já vai sendo substituído em alguns lares por cadeirinhas mecânicas que embalam os bebés sozinhos e que fazem com que eles adormeçam. Nada de errado, a tecnologia pode e deve ser uma ajuda para os pais e para as famílias, mas não deve é substituir os afectos e os momentos mais elementares de partilha. No equilíbrio é que está a virtude! Devemos ter sempre presente a importância da existência de uma comunicação não-verbal para o desenvolvimento de competências como o afecto, o amor, enquanto base para as relações humanas.

Na tentativa por proporcionar os melhores cuidados aos filhos, a massagem infantil veio revolucionar e trazer de volta estas práticas ancestrais de cuidar/amar. Através da massagem infantil os pais sentem-se mais ligados aos seus bebés através do toque e do contacto físico. A massagem infantil tem inúmeros benefícios para o bebé mas também para os pais:

1. desenvolvimento de um vínculo forte entre progenitores e bebé;

2. permite tranquilizar, relaxar;

3. melhoria padrão de sono/redução dos níveis de stress;

4. estimular o bebé e os seus sistemas (circulatório, digestivo, hormonal, imunitário, respiratório (…);

5. uma maior regulação dos estádios comportamentais;

6. aliviar as cólicas;

7. maior desenvolvimento motor/emocional do bebé;

8. promove maior consciência mental/corporal.

Não existe uma técnica específica e/ou regras para a massagem infantil, basta ler as pistas que o bebé vai dando e seguir as suas orientações, pois é ele quem manda/coordena a massagem.

Toque, amor, colo, mimo. A receita para um desenvolvimento saudável e feliz.

 

Helena Rocha

Chamo-me Helena Rocha. Tenho 27 anos. Sou enfermeira. Estou a tirar especialidade/mestrado em saúde infantil e pediátrica na escola superior de enfermagem do porto. Atualmente iniciei o meu projeto “MalHabituado.BabyCare”, na zona de Penafiel, Paredes, Vale do Sousa. Realizo consultas de apoio à amamentação, consultas de apoio a babywearing e dou cursos de massagem infantil (IAIM). Consultas online/domicilio. Presencial (em grupo ou individual).

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