Sex and the City: será só uma série fútil?

Para meu espanto, existe um grande número de pessoas que nunca viu a série “O Sexo e a Cidade” ou qualquer um dos filmes.

A famosa série Americana que foi exibida pela HBO entre 1998 a 2004, situada e filmada em NY, foi criada por Darren Star e baseada no livro de Candace Bushnell. Abordava questões sociais e modernas, como sexualidade, sexo seguro, promiscuidade, feminilidade e preconceito

Para os demais e à primeira vista a série parece fútil e talvez por isso ainda não tenha tantos fãs em Portugal como merece, mas a Sex and the City é muito mais que uma série de mulheres que só gostam de andar às compras.

Existem 4 fantásticas mulheres como personagens principais, com idades diferentes e personalidades distintas entre elas.

Sem querer ser spoiler e revelar demais, vamos falar um pouco de cada uma das personagens.

 

CARRIE BRADSHAW

escritora, perto dos 40 anos, adora moda e tendências. Vive sozinha e adora ser independente. Prefere ter dinheiro para sapatos do que para comer e está sempre com os cartões de crédito nas lonas. Vive as 6 temporadas da série numa relação com o Mr. Big, que não se compromete com ela e acaba por casar com outra.

Depois de muito perguntar o porquê do Mr. Big casar com a mulher “certinha” e não com ela, a personagem na série imediatamente questiona as suas capacidades e valores, o que terá de errado e culpa-se de não ser “uma mulher para casar”.

Quantas vezes já vimos isto acontecer na vida real?

Para saber a resposta, terá de ver as 6 temporadas!

 

SAMANTHA JONES

relações públicas, é a mais velha do grupo e muito sedutora. Solteira, dispensa casar ou ter uma relação séria.

Adora sexo, tem vários relacionamentos ocasionais e sem compromisso com homens de todas as idades e estatutos sociais.

Esta personagem fala do preconceito e dos rótulos que a sociedade põe nas mulheres que gostam tanto de sexo como os homens.

Esta personagem diz-nos no final das temporadas e depois de muitas tentativas de estar numa relação única, que não vale a pena contrariar a nossa verdadeira natureza, porque vamos acabar infelizes.

 

CHARLOTTE YORK

trabalha numa galeria de arte, com formação académica e de classe média-alta.

Muito conservadora, não quer perder muito tempo com relações de passagem e sonha em ter um marido, filhos e uma casa digna de capa de revista. É a mediadora do grupo, mas também a censura. Está sempre optimista e continua acreditar no Amor para a vida toda. É a mais nova do grupo de amigas.

 

MIRANDA HOBBES

é uma advogada focada na carreira. Não quer filhos ou um casamento, antes de ser sócia da empresa para a qual trabalha, e conquistar um lugar ao lado dos seus colegas homens. Esta personagem fala muito na discriminação que uma mulher solteira sofre quando opta pela carreira em vez de ter filhos, dos olhares e comentários quando entra num restaurante para jantar sozinha e a reação pela independência financeira sem um homem ao seu lado.

 

A autora construiu estas 4 mulheres individuais, que parecem fazer e dizer coisas que só acontecem na ficção, mas na verdade representam as 4 partes que nós mulheres deveríamos cultivar em nós, com orgulho e sem nos deixar levar pelos padrões da sociedade. O percurso destas 4 personagens na série reflete na perfeição  os dramas, os dilemas e as alegrias da vida real e as nossas diferentes fases dependendo da nossa idade.

Também nesta maravilhosa série estão respostas para quase todas as situações da nossa vida.

Ao querer, todas as mulheres deveriam ter uma parte de Carrie Bradshaw e abraçar o seu lado vaidoso e de culto à imagem, saindo de casa todos os dias como se fossem para um desfile de moda, sem ficarem incomodadas com um misto de admiração e inveja por parte dos outros, sem se sentirem envergonhadas com elogios, sabendo o seu verdadeiro valor.

Também todas as mulheres deveriam ter uma parte de Samantha Jones, que adora sexo sem dar importância a julgamentos alheios ou sentir vergonha por isso, independentemente dos rótulos que lhe dão.

Caso seja o seu desejo, todas as mulheres deveriam ter carreiras em vez de filhos e exigir a sua posição ao lado de qualquer homem no poder, sem terem de trabalhar o dobro para o conseguir.

Todas as mulheres deveriam ser esposas e mães, como a Charlotte York, caso fosse esse o seu desejo, sem se sentirem culpadas por não terem uma carreira fora de casa e terem muito orgulho no trabalho que uma mulher faz ao cuidar da família.

Todos os dias, vejo e revejo cenas da Sexo e a Cidade e celebro as mulheres pela força, beleza e determinação em tudo o que faço. Acredito sem falsos moralismos ou discursos feministas que as mulheres são o centro do mundo e fazem-no girar muito mais a direito.

Quando eu fizer uma espécie de Clube do Livro, para descodificar e discutir a Sex and the City, convido-vos a todos/as!

Mas porque eu falei maioritariamente em mulheres, os homens não pensem que vão ficar de fora, porque a Sexo e a Cidade também é para eles.

 

Cada vez que alguém a olhar com aquele olhar atravessado, seja qual for a sua opção de vida, aquele olhar que tem escrito “Eu sou melhor do que tu”, respondam o mesmo que as minhas tias me respondiam quando eu “mijava fora do penico”

 

SHARAPE!

Porque quem manda aqui sou eu!

From Daisy with Love

 

Nota sobre a autora

Sandra Almeida

47 anos

Maquilhadora & Formadora de Comunicação

A escrita começou por ser um exercício pessoal para conseguir sintetizar ideias e não dispersar nas minhas aulas e acabou por se tornar uma paixão. 

A comunicação mudou a minha perspectiva da vida e o meu crescimento pessoal e agora quero mudar a vida dos outros.

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1 comentário em “Sex and the City: será só uma série fútil?

  1. Adorava ver esta série! Apesar de ter 66 anos acompanhava em muito a minha maneira de estar na vida e de pensar, e era uma oportunidade de ver a minha querida NEW YORQUE .SAUDADES Georgina

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