“Quem me dera ser a Terra para nunca ficar gordo”

A lei de Lavoisier, onde nada se cria e tudo se transforma.

No passado fim-de-semana, o meu afilhado, sempre muito curioso, perguntou: Quantos quilos tem a Terra?

Após uma rápida pesquisa no “sabe tudo” Google, confirmámos que a Terra tem aproximadamente 5,972 x 1024 kg. Claro que não se ficou por aí: “e quantos tinha quando tu nasceste?”. Ao que eu respondi, sem grande exatidão: Os mesmos que tem agora.

Muito surpreendido com minha resposta, lá lhe comecei a explicar o porquê da Terra ter aproximadamente a mesma massa agora e sempre.

Para minha grande surpresa, percebi que as restantes pessoas à minha volta também não tinham esta noção e recebi imediatamente perguntas como: “então e os bebés que nascem não acrescentam quilos? E os animais? E as casas que se constroem? E as plantas que crescem?”

Pois, a resposta é não: todas estas ocorrências não acrescentam quaisquer quilos ou gramas ao nosso perfeito planeta.

Na verdade, exceptuando a queda de um ou outro asteroide ou das partículas espaciais que penetram diariamente a nossa atmosfera, o número de átomos que a Terra apresenta é praticamente o mesmo desde a sua formação há 4,5 mil milhões de anos.

Os mesmos átomos que hoje estão no solo, estarão amanhã nas cenouras, que depois passarão para as nossas células. O mesmo acontece na formação e crescimento de um bebé. Quer dentro da barriga da mãe, quer no seu normal crescimento, todos os seres se desenvolvem através dos átomos presentes nos alimentos ingeridos.

Como demonstrou Antoine Lavoisier: “Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Na realidade, alguns estudos demonstram que a Terra tende a perder massa. Mas isso, é outra história.

Como terminou o meu afilhado: “Quem me dera ser a Terra para nunca ficar gordo”.

 

Nota sobre a autora

Chamo-me Joana Perdigão. Tenho 24 anos. Sou licenciada em Bioquímica e Mestre em Investigação Biomédica pela Universidade de Coimbra. Atualmente, trabalho numa empresa de biotecnologia em Lisboa. Estou aqui, porque acredito que existem dois mundos, o dos cientistas e o nosso. Eu quero ser a ponte.

 

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