Porta-bebés: sim ou não

 

Mas afinal o que é o babywearing? Como surgiu?

Quando ouvimos falar em babywearing ou, traduzindo para português, porta-bebés, existe sempre algum comentário relacionado com a moda, com o facto de estar na moda andar com os bebés no colo com um pano bonito. Mas será mesmo uma moda, “uma modernice”?

O babywearing é uma técnica ancestral de carregar bebés. Se olharmos para os nossos antepassados, vemos na nossa história que as tribos levavam os seus filhos nas costas ou no peito, envolvidos em panos à volta do seu corpo. Era uma forma de conseguirem andar livremente, com as mãos livres, e poder, ao mesmo tempo, levar as crias. Hoje em dia em muitas culturas africanas, asiáticas, vemos esta técnica ser usada.

Com a revolução industrial e a evolução tecnológica do mundo, veio também um upgrade desta técnica com novos modelos mais adequados ao desenvolvimento infantil. Deste modo, podemos traduzir babywearing como uma forma simples de libertar mães e pais para outras tarefas continuando a ter o bebé por perto e em segurança.

É muito mais que um pano ou um porta-bebé. É uma forma de cuidar, de amar e de dar colo. Trata-se de proteger, envolver o bebé e proporcionar-lhe um ambiente mais similar ao ambiente intrauterino, uma adaptação gradual a tudo que o rodeia.

Permite ao bebé conhecer o mundo na mesma perspetiva do adulto, transmitindo-lhe segurança, confiança e amor. Ajuda a um crescimento feliz e saudável.

Babywearing é uma forma de dar amor ao colo e, ao mesmo tempo, ter as mãos livres (devolvendo aos pais alguma da independência e autonomia que tinham antes do bebé nascer).

Cada vez aparecem mais estudos que comprovam os benefícios desta técnica ancestral. São conhecidos vários benefícios desta técnica para os pais e para o bebé.  A proximidade física permite recriar o ambiente intrauterino, tão importante na adaptação do bebé a vida extrauterina. O bebé permanece aconchegado, colado ao corpo dos pais, continua a ouvir batimentos cardíacos de quem dele cuida, a sentir os movimentos e o cheiro dos pais, a sua temperatura. Permite uma facilidade maior na amamentação, e permite ao bebé experienciar o mundo na mesma linha de quem o  carrega. Permite uma maior segurança para o bebé, e um melhor desenvolvimento físico/emocional.

 

O uso de um porta-bebé ajuda muito numa melhor postura do adulto que o carrega, pois existe uma maior distribuição do peso do corpo do bebé, obrigando a uma posição mais adequada dos seus movimentos. Esta técnica é ainda aliada no combate de alguns patologias, como displasia congénita da anca, plagiocefalia, entre outras. E pode ser usada em todas as crianças.

Quais os cuidados a ter no uso de um porta-bebés? Este tema é bastante pertinente e vamos desenvolver num artigo especifico em breve.

 

Que porta-bebes devo escolher?

Existem diversos porta bebés como sling de argolas, pano elástico e pano não elástico, mochila ergonómica, pouch sling, meh-dai. Todos têm as suas particularidades e cada família se identificará mais com um do que outro. O importante será sempre carregar o bebé, respeitando os requisitos mencionados.

Não se trata de uma moda, nem de uma técnica nova, trata-se de dar colo e  de proporcionar ao bebé tudo o  que necessita: amor, mimo, confiança, aconchego. Não vão “habituar mal os vossos bebés”.

 O babywearing é uma forma de amar.

Cada família e única, assim como cada bebé. Tendo atenção a estes requisitos, devem procurar ajuda de um profissional da área que lhes permitirá experimentar e verificar qual o porta-bebés mais adequado para si.

Helena Rocha

Chamo-me Helena Rocha. Tenho 27 anos. Sou enfermeira. Estou a tirar especialidade/mestrado em saúde infantil e pediátrica na escola superior de enfermagem do porto. Atualmente iniciei o meu projeto “MalHabituado.BabyCare”, na zona de Penafiel, Paredes, Vale do Sousa. Realizo consultas de apoio à amamentação, consultas de apoio a babywearing e dou cursos de massagem infantil (IAIM). Consultas online/domicilio. Presencial (em grupo ou individual).

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