Porque não?
Publicado a na categoria Reflexões
Foi na repetição da entrevista ao Piruka e na ansiedade por ver a conversa com a Wet Bed Gang que surgiu a inspiração para escrever este texto. Porque não? Porquê conformar-me apenas com a imaginação e não a transcrever para o papel. Ganhei coragem, e soltei aquilo que sinto.
O André é um dos protagonistas de um mundo que me fascina. Um mundo enorme, onde cabe tanta coisa. Um mundo que se encontra no meio de dois extremos: um que o discrimina, critica e tenta ignorar, e o outro, que o vê como refúgio, inspiração ou até como uma forma de vida. Falo do mundo do Hip-Hop português. Não existe uma forma totalmente correta de encarar o rap tuga, mas, acima de tudo, deve haver tolerância. Ninguém é perfeito; o André é apenas mais um exemplo disso. E para os pais que acham que esta cultura musical transmite valores errados a quem a consome, gostaria de relembrar que todas as “personagens” deste mundo personificam o esforço e a motivação. Seja qual for o lugar que ocupem, estão lá porque trabalharam para isso. Haverá sempre alguma arrogância, egoísmo e ostentação, mas os valores de trabalho e dedicação estão presentes, e estes sim, são fundamentais na construção da cidadania e, por isso, devem estar presentes na educação dos cidadãos do futuro.
Para lá da questão dos gostos pessoais, todos temos o direito à oportunidade. Mostrar aquilo que valemos. E temos, neste mundo de que vos falo, tantos artistas talentosos com belas mensagens para serem transmitidas. Não neguem o direito à oportunidade julgando sem conhecimento de causa e, acima de tudo, não generalizem. Porque, como qualquer outro estilo musical, o hip-hop é uma cultura com a qual podemos aprender muita coisa. Vamos dar uma oportunidade. Porque não?
Sobre o autor
O meu nome é Marcelo, tenho 19 anos. Sou estudante da licenciatura em Ciências da Comunicação, e tenho o sonho de ser jornalista desportivo marcando a diferença, suportado pela originalidade.
