Pele e coração
Publicado a na categoria Memória de Elefante
Um adormeceu em cima do meu pescoço, caracóis suados, bochechinhas encardidas de beijos e uma mão gordinha entrelaçada no meu cabelo.
A outra, mais crescida, enrolou-se como uma conchinha e ocupou-me o colo, as duas mãos abraçadas nas minhas pernas, uma perna do bebé aconchegada ao nariz.
Quem nos vir ao longe não distingue que pele pertence a que coração.
Respiramos todos juntos.
Não me mexo.
in “Deve Ser Isto O Amor”
Rita Ferro Rodrigues