Pele e coração

Um adormeceu em cima do meu pescoço, caracóis suados, bochechinhas encardidas de beijos e uma mão gordinha entrelaçada no meu cabelo.

A outra, mais crescida, enrolou-se como uma conchinha e ocupou-me o colo, as duas mãos abraçadas nas minhas pernas, uma perna do bebé aconchegada ao nariz.

Quem nos vir ao longe não distingue que pele pertence a que coração.

Respiramos todos juntos.

Não me mexo.

 

in “Deve Ser Isto O Amor”

Rita Ferro Rodrigues

Partilhe nas Redes Sociais
FacebookTwitterPinterest