Os dias que não contam…

Quem já leu o “Pai Rico Pai Pobre” conhece bem isto. Nasces, cresces, estudas, arranjas um trabalho, começas a gastar, procuras, trabalhas mais para conseguir um aumento/promoção, casas, compras casa, tens filhos, as despesas só aumentam e tu continuas a trabalhar arduamente para ter mais dinheiro para fazer face as despesas. Não sabes nada de finanças, não sabes para onde vai o teu dinheiro. Poupas o que dá, ensinas os teus filhos a fazerem exatamente o que tu fizeste: estudar e trabalhar arduamente. Não há mal nenhum em estudar nem em trabalhar arduamente. Há mal, sim, em andares, em venderes os teus dias.

Quando trabalhamos trocamos o nosso bem mais valioso (o tempo) por dinheiro. O dinheiro aquele elixir que nos vendem como sendo o único meio de obter felicidade. A esta altura já sabemos que não é bem assim. Porém, a casa, a luz, a água e tudo o resto continuam a exigir-nos dinheiro. Por isso, em troca desse metal preciso, trocamos as horas dos dias e criamos dias que não contam.

Somos escravos de uma metodologia que não nos dá felicidade, mas estamos na roda do rato e não conseguimos sair dela.

Hoje sabemos que temos de fazer com que os dias contem. Que não fiquem pela simples troca de tempo por dinheiro. Têm de ser dias que nos encham a alma, nos realizem e nos levem a olhar para o calendário e contar este dia como “O dia”.

Respirar, contemplar, aproveitar. São os verbos que contam. Importa cada vez mais rechear os dias com planos que nos encham a alma. Não esperar que sejam os outros a planear dia bons para nós. Somos nós quem tem de estruturar uma base que nos permita fazer os dias valerem cada minuto. Tirar minutos do dia para respirar, para fazer algo que se gosta. Não usar todos os minutos para apenas angariar mais do metal precioso.

Há minutos muito mais valiosos na vida que vamos perdendo. Mais grave é que vamos perdendo a conta dos dias que realmente contam. Vamos valorizar mais os minutos em silêncio, os minutos do despertar, os minutos do sorriso, os minutos do contemplar o céu, os minutos do abraço, os minutos a bebericar o chá quente, os minutos do banho quente…querem mais minutos para valorizar o dia?

Que se pare de contar os dias avulso com um encolher de ombros. Que se arregace as mangas para sofregamente se viver cada minuto do dia, com a intensidade que merecemos.

Todos os dias contam! Hoje também!

Nota sobre a autora

O meu nome é Inês Pina.

Sou uma marrona que não gosta de estudar, uma preguiçosa trabalhadora e uma fala-barato solitária.

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