Orientação pelas estrelas

 

Passamos grande parte da nossa vida em processos de orientação, alguns bastante difíceis. Muitos, revestidos pelos mais diversos formatos e enquadramentos. Vivemos certamente fases ou momentos em que nos preocupa a orientação vocacional ou educativa, de encaminhamento dos estudos em função das aptidões e motivações. Outras etapas chegam em que nos orientamos tendo por base as possibilidades de emprego e colocação.

Bom seria, nestas e em outras obrigatórias fases da vida, que existisse uma bússola mágica que nos desse aquela parte colorida do norte magnético ou o ponto cardeal do norte geográfico. Seria igualmente fantástico que, ao longo da vida, sempre que existissem dificuldades de orientação, olhássemos para o sol ao meio dia e encontrássemos o norte dos nossos sonhos, na sombra refletida ou que, com um pouco mais de paciência, aguardássemos pelo por-do-sol, descobrindo o caminho para aquele oeste motivador que durante tanto tempo procurámos.

Infelizmente, correndo ou caminhando, depressa ou devagar, nem sempre encontramos superfícies planas e horizontais, retirando toda a utilidade às bússolas da nossa vida, enquanto simultaneamente sentimos que não estamos preparados para fazer a sua correção metálica. Da mesma forma, perdemo-nos nos dias de céu nublado ou nas imensas noites sem dormir porque de nada nos valerá, nestas circunstâncias, a orientação pelo sol.

Restam-nos as estrelas, também orientadoras. As suas constelações. E pouco nos importará que seja a Ursa Maior, a Menor, Orion ou Cassiopeia. Queremos apenas saber para onde ir.

Acredito que as estrelas, sendo protagonistas do método natural de orientação mais antigo, ajudem também as organizações a não se perderem quando caminham em busca do sucesso, um trajeto árduo, longo e eventualmente de muito curta duração. No entanto, para isso acontecer, é absolutamente vital que a constelação rainha sejam os seus recursos humanos devidamente valorizados e não transformados em simples números sem rosto.

Estou absolutamente convencido de que mais importante de que ter bússolas com agulhas douradas ou topo de gama e de qualidade duvidosa, as organizações e empresas devem ser especialmente guiadas por todas as suas estrelas. Estas sim, as únicas capazes de orientar, de uma forma sustentada e gratificante, pelos caminhos verdadeiros.

E em liderança, não basta saber-se que existem as estrelas. É preciso fazê-las brilhar.

 

Nota sobre o autor

Chamo-me José Rodrigues, tenho 49 anos, casado e pai de dois filhos lindos. Sou consultor, formador e lidero uma empresa de consultoria que formei há 20 anos.

Adoro escrever. Talvez por servir para exorcizar todos os meus fantasmas. Talvez porque o meu mundo profissional, tremendamente ligado a números, faça com que muitos dos meus dias e noites se acalmem através da escrita. Tenho dois romances publicados e no mercado ( “O Rio de Esmeralda” e o “Voltar a Ti), mas antes deles escrevi um outro ( “Boas memórias de um mau estudante”) acerca do tema que mais me fascina e que me faz seguir atentamente o Elefante de Papel – a memória!

Todos os dias escrevo sobre quase tudo o que me vem à cabeça ou me preocupa.

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