O Rui

Para mim, foi uma das melhores entrevistas do Elefante de Papel. 

Conheço o Rui Maria há muitos anos e, não sendo amigos íntimos, somos amigos unidos por algumas cumplicidades que a vida nos ensinou a valorizar. E dores. E, por isso, são muitas as vezes em que ele fala e eu me vejo ao espelho. Essa é uma dimensão desta conversa. As outras – e são muitas – passam por uma maturidade que finalmente corresponde com a idade no B.I.: o Rui Maria faz 30 anos mas é desde sempre uma “alma velha”. Há ali uma sabedoria e um conhecimento orgânicos, como se quando começou a pensar e a sentir o tivesse feito desde o momento inicial com mais intensidade e profundidade que a norma. E isso causa sofrimento, claro. A norma imposta e essa hipersensibilidade de ser e viver.

Faz 30 anos, o Rui Maria. A clareza e inteligência com que fala, a coragem de dar visibilidade a tantos através dele, sem máscaras, sem merdas, sem agendas escondidas. Era tão mais fácil estar calado, não fazer nada. E depois, as ganas de ir agarrar o mundo para além deste quarteirão protegido e viciado. 

É uma entrevista que me impressionou muito e, por isso, gostava que a vissem. 

O meu amigo Rui Maria. 

Fotografias: Joana Meneses.

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