O que são Sintomas Neurológicos Funcionais?

É cada vez mais comum aparecerem em consulta pacientes com uma série de sintomatologia funcional relevante que, mesmo depois de vários exames e de terem passado pelas especialidades, continuam sem diagnóstico.

O termo “Sintomas Médicos Inexplicados” é já há muito tempo utilizado e refere-se a sintomas físicos para os quais nenhuma patologia orgânica foi identificada. (SMI)

Durante anos, este termo foi usado tanto em clínica como em investigação, este termo foi utilizado como um grande guarda chuva para abarcar vários sintomas inexplicados.

Apesar de ter passado a fazer parte do léxico clínico de vários profissionais de saúde, este termo tem encontrado dificuldades práticas, porque define o que não é, mas não define o que é, nem lança uma definição que permita prosseguir ou chegar a um diagnóstico diferencial.

Com o sentido de ter um quadro mais definido e direcionado, quando estas desordens estão relacionadas com sintomas neurológicos não orgânicas, estas síndromes têm sido descritas através da utilização de uma nova definição, Sintomas Neurológicos Funcionais.

A utilização de funcional em vez de distúrbio de funcionamento, foi utilizada preferencialmente por oferecer uma condição mais neutra e porventura com uma indicação mais clara para um possível diagnóstico diferencial.

Estes sintomas não orgânicos incluem, mas não estão limitados a: crises convulsivas não epiléticas, tremores, dormências, torturas, várias disfuncionalidades do movimento, fraqueza funcional e em alguns casos mais extremos paralisias, cegueira e dificuldades na fala ou mutismo.

Esta nova terminologia permite explorar clinicamente outros caminhos diagnósticos para melhor explicar estes síndromas por áreas clinicas ligadas à mente e ao comportamento e começaremos a ter uma visão biopsicossocial destes pacientes.

 

Nota sobre o autor

Dr. Alexandre Machado, 

– British Psychological Society-Chartered Psychologist

-Neuropsychology Division Member-DoN British Psychological Society

-European Certificated Psychologist – EuroPsy

-Ordem dos Psicólogos Portugueses- Membro efetivo

-Mestre em Neuropsicologia pela Universidade Católica de Portuguesa

-Doutorando em Ciências da Cognição e Linguagem pela Universidade Católica Portuguesa

-Especialista condecorado em Operações Psicológicas Militares – Avaliação e Previsão de Comportamentos, Mediação de Conflitos

-Instrutor convidado Especialista em Combate Corpo a Corpo -USA Army / DAE- Destacamento Acções Especiais Fuzileiros

-Competidor e Professor de Jiu Jitsu Consagrado, Cinto Preto 3 graus, 30 x Medalhado em Campeonatos Mundiais, Europeus e Opens Internacionais, Líder da AMA JIU-JITSU TEAM, a maior e mais vitoriosa equipa Nacional.

Partilhe nas Redes Sociais
FacebookTwitterPinterest

1 comentário em “O que são Sintomas Neurológicos Funcionais?

  1. As doenças auto-imunes apesar de já estarem descriminadas, e graças aos médicos que se dedicam a estuda-las e trata-las, abandonou- se a visão redutora dos ortopedistas e reumatoligistas, que se limitavam a fazerem diagnósticos de lúpus ou artrite reumatoide, quando muitas vezes estão erradamente diagnosticadas e consequentemente pessoas mal tratadas e a piorarem a cada dia que passa!
    Ainda assim apesar de todos os esforços dos médicos especializados em auto-imunes, ainda é uma área com muitos porquês. Sintomas sem causa evidente mas que limitam doentes e despedaçando sonhos, projectos de vida, famílias, vidas em que se respira sobrevivendo a cada instante, a cada hora, a cada dia, a cada mês, a cada ano, a cada vida na vida!
    Sou doente auto-imune, daquele grupo de utentes que ninguém arrisca a tratar e cuidar, a não ser os médicos da área. Tenho uma condromalacia grau 4 e a rotula deslocada. Não posso trabalhar, os médicos da área auto-imunes apostam numa cirurgia, os ortopedista apostam, desinteressadamente,na minha sobrevivência neste estado, porque sou a tal doente auto- imune que não nas suas visões limitadas, e comodistas, não encontram razão para investir!
    Infelizmente não tenho condições económicas para recorrer ao atendimento privado, e não tenho duvidas que haveria algo a fazer!
    Somos utentes com diagnóstico “indiagnosticado” lutando para sobreviver, num país com falta de médicos especializados em determinadas áreas, que não são tão rentaveis, e o povo condenado à dor, sofrimento, limitação e uma morte lenta porque não ganham o suficiente para terem acesso a cuidados com dignidade!

Deixe uma resposta

* Campos obrigatórios