O que é um ídolo?

O que é um ídolo?

O que é um modelo a seguir?

Quem são aquelas pessoas que nos cantam baladas aos ouvidos, sobretudo quando nos queremos afundar com companhia?  Quem são as vozes por detrás das músicas que nos fazem perder o controlo e dançar até cair? Eu conheci o meu ídolo. E conheci alguém tão bonit@.  

Dia 27 de Maio provei o sabor de um sonho.  Conheci a minha cantora favorita. A pessoa para quem olho e digo “um dia gostava de ser assim”. 

A pessoa que julgava ser um holograma, mas que é de carne e osso. Gente como a gente. E com coração.  No dia 27 de Maio conheci a Rita Ora.   

Estava nervoso como nunca havia estado. Sabia que nos estava reservado apenas um minuto de conversa e uma fotografia. Queria dizer-lhe algo importante. Quiçá contar-lhe uma história. E escolhi a do meu amigo Federico.   

Não é a história mais feliz. Mas era a história que o meu coração pediu para contar. E a promessa que tinha para cumprir. “Anywhere” é o nome de um single da cantora; é uma canção que fala de viagens e de distância. E por causa disso mesmo eu e o meu querido Federico, tomamo-la por nossa. Eu de Lisboa. Ele de Buenos Aires. A música perfeita.   

No entanto o Uri (alcunha do Federico para os amigos), sofria de uma depressão profunda por causa da sua orientação sexual e da falta de compreensão por parte dos pais, uma vez que a religião dos mesmos não aceita o amor em todas as suas extremidades. Ou amor, ponto. E o Federico foi. Decidiu ir. Numa viagem sozinho da qual não mais irá regressar. Quis voar, e as asas não bateram.   

As últimas palavras do Uri nas redes sociais foram um trecho da “nossa música”, com um emoji da bandeira do meu país e a frase “Take me anywhere”. Adormeci com um amigo. Acordei sem ele. E só dei conta tempos mais tarde. Contei isto à Rita – dito assim parece que vou beber a bica com ela à Brasileira todas as tardes – e mostrou-se visivelmente emocionada. Disse-me “Esta noite vou cantar para o Federico” e abraçou-me. Abraço esse que jamais esquecerei. Mas pensei para com os meus botões que ela iria cantar para ele, apenas com as minhas palavras no seu coração. Mas não.  Ela fez mais do que isso. E entretanto já tinham passado dois minutos…  

“Anywhere” é a música de fecho da tour. A que o público mais aplaude.  E, enquanto subia numa plataforma que a tornava gigante disse “This song is for Federico”. E as lágrimas rolaram-me cara a baixo durante mais de vinte minutos.  Ninguém faz ideia do peso que este gesto teve na minha vida. No quanto me ajudou a fechar uma gaveta que estava há demasiado tempo aberta. Eu não pude fazer absolutamente nada relativamente ao futuro do Federico. Mas, e porque acredito que aqueles de quem gostamos estão sempre de olho em nós, pude-lhe dar isto.   

A “nossa” canção, cantada pela Rita Ora, para ele. A mesma canção que tem as palavras que ele escolheu para dizer adeus ao mundo.  Não sei ao certo onde está o Uri. Mas esteja ele onde estiver, sei que sorriu. Sei que dançou – ou não fosse um exímio bailarino. Sei que se comoveu, tanto como eu.  E agradeceu-me, porque acreditem ou não, quando saí da arena, no céu só estava uma estrela. E perdoem-me o egocentrismo, aquela estrela era minha. Aquela estrela era o Federico.  

Mais do que uma rapariga bonita, com uma voz abençoada, pude conhecer também o outro lado. O que não está debaixo das luzes fortes de holofotes. Não é qualquer pessoa que faria isto.  Um ídolo é um comum mortal. “Gente como a gente”, repito. Mas se um ídolo tiver coração, um melhor ídolo será. E garanto-vos, a Rita Ora, a rapariga bonita que podemos ver em todo o lado, é um excelente exemplo do que um ídolo pode ser.  E atentem; eu disse pode, não disse deve.”

Nota sobre o autor

Mário de Carvalho. 23 anos. Celebrity Stylist.

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