O Frederico
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É o melhor surfista português de todos os tempos e soma títulos atrás de títulos.
Frederico Morais, Kikas para os amigos, subiu para uma prancha, pela primeira vez, ainda antes de começar a aprender a ler.
A paixão pelo Surf – que herdou do pai, (com quem tem uma cumplicidade incrível) levou-o muito pequenino por esse mundo fora. Muitas vezes sozinho e outras encontrando os amigos que se tornaram família – como é o caso do fotógrafo Carlos Pinto, uma segunda figura paterna que lhe aconchegou a roupa da cama enquanto engolia as lágrimas com as saudades da família nas grandes estadias em competição fora de casa. É ao Carlos que também nós devemos, nesta entrevista / documento de carreira, as imagens mais espantosas do Frederico no Mar. Do Frederico no Mar. Do Frederico e o Mar.
Vamos então ao Mar (que agora se confunde com ele). Aquilo que vou guardar para sempre desta entrevista, é, sem a menor das dúvidas, o desassombro na confissão do medo (mais tarde respeito) que o Mar ainda hoje provoca ao campeão Frederico Morais. Ouvi, confesso que deliciada, o relato de aventuras impensáveis, encontros com tubarões, feridas de fazer revirar os olhos e aquele silêncio que antecede a resposta de quem sabe que já esteve muito perto de não emergir . De não voltar.
A onda perfeita, a traiçoeira, a abençoada. A solidão da espera por cada uma delas.
O Frederico é um campeão – e agora que o conheço melhor, percebo que o Surf é só mais um detalhe. Todo ele é trabalho, empenho, dedicação, paixão, emoção e verdade.
E para somar a tudo isto (que enervante!) uma genuína simpatia e simplicidade, raras nos dias de hoje.
Sinto que entrevistei uma pessoa muito feliz. Venha daí esse Mar lindo e imponente: o Kikas nasceu para o conquistar. E ainda agora começou.