Nasceu o Elefante de Papel

“O elefante é símbolo da boa sorte. Simboliza também sabedoria, persistência, determinação, solidariedade, sociabilidade, amizade, companheirismo, memória, longevidade, poder e benevolência.”

O momento é de ser livre.

Aos 41 anos, vejo-me na circunstância arriscada mas muito feliz de recomeçar uma nova vida profissional, criando o meu próprio projecto de comunicação, finalmente livre e totalmente responsável pelos conteúdos que passarei a produzir, investindo naquilo que mais gosto e acredito, saber fazer melhor: escrever e entrevistar.

Este lugar de partilha (um sonho antigo) chama-se “Elefante de Papel” e apresenta-se ao mundo como magazine digital de divulgação de notícias, textos e entrevistas.

Terá, por isso, um lado de partilha mais profunda e intimista da visão de vida- a pegada do ELEFANTE – e outro de divulgação mais leve, imediata e divertida das coisas boas da vida – a leveza do PAPEL. 

Nas entrevistas, a MEMÓRIA estará no centro de toda a atenção.

Qual a importância das nossas memórias na vida que conseguimos construir?
O que faz uma memória?
Qual a primeira memória que temos de nós próprios?
Que lugares, canções, pratos especiais, cheiros e cores fazem parte de nós?
Quem são as pessoas que jamais esqueceremos? Porque é que se tornam memoráveis?
O que fazemos com os nossos passados e que importância têm no nosso presente?
Quem nos deu a memória dos primeiros afectos? 

O meu avô Eduardo foi o meu primeiro pirilampo na Memória. Lembro-me de ser pequena e estar sentada a uma mesa feliz e barulhenta (de uma família feliz e barulhenta) e observar este querido avô a viver (ele, que me ensinou a olhar cada dia com coragem, intensidade e poesia) e recordo-me de pensar para os meus botões do vestido de 7 anos: “Um dia não o tenho aqui sentado, tenho de gravar tudo isto na minha cabeça, tenho de o guardar no lugar mais belo e seguro da minha memória”. Muito cedo me apercebi da importância de assinalar a felicidade no exacto momento em que passa por nós. É fugaz e única.

E assim foi. Aos 41 anos, já não o posso abraçar fisicamente mas a lição que me deixou de se ter feito pessoa memorável em cada minuto da minha vida permanece intacta e por isso, ele que me semeou as minhas melhores memórias, tem-me agora como guardiã absoluta das suas. Das nossas. Da urgência das fazer nascer nos que amamos. E se há coisa que aprendi é que quando partilhamos aquilo que é bom, multiplicamos a felicidade e tornamos momentos e pessoas eternas (e mais vivas que nunca). E o pirilampo torna-se farol.

O meu avô dizia-me que tinha sido Elefante noutra vida. Eu acreditava! Porque não? Era um homem enorme, generoso, protector da família e da sua “manada”. Deslumbrado pela natureza, crente na bondade das pessoas. Grande e pesado como um Elefante, conseguia voar pela vida como se tivesse sido tocado por uma leveza quase sobrenatural – era liberdade, perceberia mais tarde.

O meu Elefante de Papel tinha a casa cheia de elefantes de todos os formatos e feitios, memórias de pessoas e de lugares. Cada um com a sua história.

Este magazine que vos apresento terá, por isso, a memória e profundidade de um elefante mas também a leveza de quem sabe que a vida é para aproveitar em liberdade e em beleza: viagens, lugares incríveis, gastronomia fabulosa,coisas bonitas, descobertas que facilitam a nossa vida e a tornam mais confortável.  

Chegámos, então, como dizia Saramago, ao sítio onde nos esperam. Eu cheguei agora ao meu lugar e venho com as minhas memórias, querendo documentar, também, as memórias daqueles e daquelas que mais admiro. 

O “Elefante de Papel” será mesmo assim, íntimo e bonito. Por vezes denso, outras vezes leve. Verdadeiro e intenso. Emocional e divertido.

É a minha viagem do meio da vida, em que a luz nos permite ver tudo com maior nitidez e tranquilidade e, por isso, nos preocupamos menos com o destino e mais com o prazer da caminhada. Convido-vos. Vai ser bonita a aventura. 

Rita Ferro Rodrigues 

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1 comentário em “Nasceu o Elefante de Papel

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