Meu amor

 

Fazes anos. Fazes anos ao pé de mim e tu sabes o que isso significa: estamos a envelhecer juntos, estamos MESMO a ficar velhotes juntos e a verdade é que quando éramos miúdos e fizemos juras de amor, nunca imaginámos que o tempo passasse tão depressa.

Meu amor, fazes anos. Mais um ano de realidade, de dia-a-dia. Da dureza e beleza de viver em amor e em família, das horas em que tudo parece correr mal e que passam para um minuto de absoluta perfeição (em que, de repente, tudo o que construímos se abraça sem a nossa intervenção, o afecto pelo exemplo de um amor batalhado, a natureza a organizar-se para além de nós).

Meu amor, fazes anos. É tão difícil crescer, é tão duro. Nós, que nos vemos eternas crianças, e, de repente, somos adultos. Somos trabalhadores. Somos pais.

Eu consigo ver-te na transparência dessa memória dos dias em que eras só tu, miúdo, a escrever os dias. Era tão mais fácil.

Meu amor, fazes anos.

Cada dia que vives é uma celebração da minha própria história, dizem que é este o traço dos grandes amores, caminhos que se confundem (cores que destoam em função de um quotidiano cheio de alegria).

Eu olho para ti, para o prenúncio de prata nos cabelos, para umas mãos cheias de festas, olheiras de filhos inquietos, olhar de puto cansado, vivido e feliz e sei,

Que fazes anos meu amor,

Que só nós é que sabemos desta vida que nos une,

Juntos sempre, mesmo quando é difícil,

Sobretudo quando é difícil.

E depois, chegar à cama e ter um abraço honesto e quente tão franco como não programado que aparece no meio dos sonhos (e até trai as agruras do dia, mas que revela tudo):

Fazes anos, meu amor. Obrigada por cada dia em que sorris ao pé de mim.

Deixa-te estar por aí,

O amor é imenso e está para ficar.

Parabéns, minha vida.

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