LM Dance Project,

Na urgência de desmistificar conceitos sobre o corpo, a LM Dance Project, construiu um projeto relacionado com a dança, acerca da aceitação do corpo. 

Sempre vimos a dança fora do ramo coreográfico, vemo-la como um veículo de comunicação e informação.
Temos como prioridade tratar assuntos arrojados que tem de ser falados para consciencializar uma sociedade que vive doente de amor, aceitação e compreensão.
Neste projeto abordamos a aceitação do corpo, independentemente do género! Falar do corpo e assumi-lo com todas as suas virtudes e desgraças é um grande salto emocional, daí a importância de darmos voz a este tema!

Há sempre um dia em que acordas, olhas ao espelho e os teus olhos exclamam: “sou tão feia”.

Desde que me lembro de existir, tenho que seguir um modelo de apresentação. Peito oitenta e seis, cinta sessenta e anca oitenta e seis. As mulheres de metro e meio são baixas. A treta de que as mulheres têm medida e que têm de ser aquilo que a sociedade quer, deixa-me a beira de um ataque de nervos (dos grandes). As mulheres têm que ser aquilo que querem ser. Sem preconceito. Sem julgamento. Sem medida. E ponto final.

Caracteristicamente uma miúda que gosta de barulho, que se faça muito, para que de uma vez, as mulheres se aceitem, se imponham e se amem. Incondicionalmente.

 Não é geral, felizmente, mas nem sempre é fácil viver com o nosso corpo. Ele deixa-nos numa montanha russa emocional, do que é hoje, amanhã já não é. O confronto com o espelho é duro, complexo e de difícil digestão.

É hora de fazermos as pazes, com o corpo e de uma vez, aceitarmos que somos perfeitos, nas nossas imperfeições. A responsabilidade do desconforto com o nosso corpo é de cada um, mas pode ser muitas vezes alavancada pela critica social.

Historicamente as mulheres, não privilegiam de cargos superiores, são tidas como menos capazes, menos suficientes, sem com isto querer fazer a mulher de vítima, a sociedade não valoriza o género feminino. Como se o ser mulher, definisse o caracter de uma pessoa.

Com a afirmação da mulher na sociedade, parece que se abriu um fosso cada vez maior, entre homens e mulheres. Senhores e senhoras, um género não anula o outro, não são forças inversamente proporcionais. Homens e mulheres tem muito mais em comum do aquilo que pensam, ainda que cada um, com as suas particularidades. E foi nesta guerra de sexos, que deixou de me fazer sentido que projeto fosse só de mulheres, ainda que as ame profundamente.

Os dois géneros dentro de uma esfera, onde se reconhecem as suas virtudes e as suas fragilidades, sem medos. Ou então com medos. Um grupo de miúdas, de miúdos, de mulheres e de homens vão despedir a roupa e vão abrir a porta da alma. Reconhecerão quem são para lá do corpo e dentro do corpo. Um gigante mergulho emocional. Já sabemos que não somos desenhados, mas também sabemos esconder o que menos gostamos. O duro, às vezes, é aceitar.

O corpo manifesta complexas transformações, e quem vive nele deve aprender com elas, amando-se. As plataformas de moda fazem-nos crer em conceitos criados por alguém para servir uma generalidade. Odeio generalidades, nelas perde-se o autêntico. Crescemos embriagados pela imagem modelo que as revistas vendem, como se elas tivessem direito a ditar a forma e o tamanho do nosso corpo. Ter banhas é feio. Ter celulite é coisa de pessoa mal alimentada. Um rabo grande é desforme. As ancas evidenciadas não permitem saias justas. Os cabelos compridos são para mulher. Os homens não pintam as unhas.

O mundo está a mudar, não tão depressa como gostaríamos, mas no seu tempo, permitido a todos assimilar as suas transformações.

Cada corpo é um corpo.
O teu corpo é a tua história, escreve um romance.

Beatriz Costa

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