Escolher o nosso tempo

 

Pertencer a grupos faz parte da condição humana. Passamos a vida a correr de uns grupos para os outros, no campo da vida pessoal ou profissional. No entanto, a quantidade de tempo que dedicamos a cada um deles pode não ser a melhor para a nossa felicidade, devido à grande dificuldade em conseguirmos medir, em cada uma das diferentes fases da vida, a importância que tem cada um dos grupos por onde nos espalhamos no dia-a-dia.

Um acontecimento trágico ou súbito num dos grupos alicerces da nossa vida pode fazer-nos refletir sobre essa importância e sobre a quantidade de tempo que lhe dedicámos até à data da tragédia. Prometemos mudar para sempre, se concluirmos que deveríamos ter estado mais presentes. Pior ficamos, quando constatamos que esse tempo existiu e foi utilizado. Confirmamos, mais uma vez, que os relógios que andam para trás ainda não foram inventados e sofremos com isso.

Para baralhar um pouco a questão da importância dos grupos nas nossas vidas, a moda empresarial inventou o termo “parceria” que parece conseguir encaixar perfeitamente em todos os tipos de estratégias. Faz-se parecer que a super palavra “partner” é tal e qual o amigo de infância ou um companheiro de sempre, um quase ascendente ou descendente de dependência direta.

A verdade é que as parcerias profissionais podem ser fabulosas. Delas, podem resultar mil e uma estratégias de sucesso, aumentos de produtividade, sinergias espetaculares e sustentos de várias formas de sucesso. No âmbito profissional, a margem de manobra é por vezes limitada. Devemos ser minuciosos e utilizar todos os critérios que façam combinar eficiência, bem-estar e resultados. Daqui estudar as melhores combinações de tempo a distribuir por cada uma das parcerias, tentando utilizar todos os trunfos para que nos sobre o máximo de tempo. Sem dúvida, uma tarefa difícil, pois não existem regras ou normas especificamente padronizadas nem página de soluções.

Mesmo assim, ao tempo que nos sobra, juntamos todo o restante que temos e somos os nossos outros grupos, fora do trabalho.

Para decidir o tempo para cada um deles, temos dentro de nós um mecanismo interno e vital. Precioso e muito fácil de escutar. O nosso coração.

Será que o ouvimos, quando gerimos os nossos tempos?

 

Nota sobre o autor

Chamo-me José Rodrigues, tenho 49 anos, casado e pai de dois filhos lindos. Sou consultor, formador e lidero uma empresa de consultoria que formei há 20 anos.

Adoro escrever. Talvez por servir para exorcizar todos os meus fantasmas. Talvez porque o meu mundo profissional, tremendamente ligado a números, faça com que muitos dos meus dias e noites se acalmem através da escrita. Tenho dois romances publicados e no mercado (“O Rio de Esmeralda” e o “Voltar a Ti), mas antes deles escrevi um outro (“Boas memórias de um mau estudante”) acerca do tema que mais me fascina e que me faz seguir atentamente o Elefante de Papel – a memória!

Todos os dias escrevo sobre quase tudo o que me vem à cabeça ou me preocupa.

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