Drave, a aldeia encantada

Quando fazemos os famosos caminhos de Portugal é impossível ficar indiferente a cada recanto que este pedaço de terra à beira mar plantado tem para nos oferecer.

Vamos sair da beira mar, vamos mergulhar nas montanhas que abraçam o nosso interior, num aconchego que molda um encanto que só quem tem a oportunidade de calcorrear vai perceber.

Vamos mergulhar na Serra da Freita para nos atirarmos para Drave. Drave é uma aldeia desabitada numa cova entre as Serra da Freita, Serra de São Macário e Serra da Arada, integrada no Geoparque de Arouca e situada na União das Freguesias de Covelo de Paivó e Janarde, Concelho de Arouca, Distrito de Aveiro.

Ora, bem…começamos pelo que a vista alcança e sentimos aquela impotência necessária para fazermos uma vénia à natureza à nossa volta. A viagem é feita por entre montes e vales que parecem esculpidos e pintados pelo mais genial artista. É de tirar o fôlego sentir o pulsar das montanhas que nos remetem para a nossa verdadeira dimensão. A natureza é mesmo uma verdadeira maestrina na arte de receber.  Coloca sempre o seu melhor vestido para que a possamos ver sempre no seu auge. 

Quando descemos, temos a oportunidade ver o vale encantado que a montanha abriga. Os pontinhos ganham forma à medida que vamos pisando a terra e as pedras que nos conduzem à aldeia.

À medida que nos aproximamos sentimos o som da água que nos refresca os sentidos depois da caminhada. Mergulhamos numa vida que se extinguiu no passado, mas que deixou vestígios para o futuro e que importa preservar no presente. O xisto é dono e senhor e não é difícil imaginar as mãos que empilharam cada pedrinha para formar as quatro paredes que abrigavam das incertezas da montanha.

Está lá tudo à nossa espera.

Tudo está ladeado pela montanha o que nos deixa assombrados. A aldeia é a prova da resiliência dos povos, viver no vale da montanha, viver da montanha e para e para a montanha é a perfeita comunhão com a natureza. É a prova que a natureza e o homem podem comungar do mesmo espaço. É possível a harmonia.

Drave impressiona pela sua resistência num ambiente mágico. As casas combinam com a montanha e com as águas que nos refrescam e banham a aldeia.

Uma vez em Drave, percorrer sem pressas as ruelas e explorar as ruínas da famosa aldeia do xisto. É obrigatório passar junto à Capela da Nossa Senhora da Saúde, o único edifício de Drave pintado de branco, e do imponente Solar dos Martins, que presentemente serve de quartel-general da IV Secção do Corpo Nacional de Escutas.

Por fim, é descer até à Ribeira de Palhais e deliciar-se com as pequenas cascatas e piscinas naturais, isto é a cereja no topo do bolo.

Fazer um picnic, deixar-se embalar pelo murmúrio das águas da ribeira, escutar a melodia dos passarinhos, respirar fundo e deixar-se enfeitiçar pelos encantos da Drave”. Está é uma aldeia mágica de visita obrigatória para desligar da correria louca dos dias!

Nota sobre a autora

O meu nome é Inês Pina.

Sou uma marrona que não gosta de estudar, uma preguiçosa trabalhadora e uma fala-barato solitária.

   

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