Dia Internacional da Liberdade de Imprensa

Hoje, dia 3 de maio, celebra-se o Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, instaurado pela ONU, em 1993. Parece um dia a que se dá pouca importância, mas, talvez por ser estudante de Ciências da Comunicação ou simplesmente por dar valor à liberdade, não podia deixar passar este dia em branco. A liberdade de imprensa está intimamente relacionada com a liberdade de expressão e ambas foram uma conquista do 25 de Abril. Num país como o nosso, por vezes tomamos como garantidos certos direitos e raramente nos lembramos que há pouco mais de quarenta anos, não podíamos ler os livros que queríamos ou escrever livremente nos jornais. Esquecemo-nos que sem a liberdade de imprensa não podíamos abrir a internet, escrever o nome de um jornal à escolha e ler as notícias do dia, boas ou más, para Portugal ou para o mundo, pois, nas palavras de George Orwell, “Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir”. Contudo, se gostamos que assim seja, temos de preservar a liberdade de imprensa, não só em Portugal, mas no mundo, onde, em certos países, ela ainda nem sequer é uma realidade.

Os jornalistas e os meios de comunicação têm um poder sem paralelo na criação de ideias, opiniões e valores. O que será dessas ideias, opiniões e valores se não existir liberdade de imprensa e sem a perseguição da verdade e da qualidade? Os media têm o papel fundamental de providenciar as informações necessárias para que os cidadãos possam tomar as melhores decisões. Para que isso possa continuar a acontecer sem interferência e da melhor maneira possível, é preciso cuidar do jornalismo e dos jornalistas. Apostar na formação e na educação. Investir em projetos de qualidade. O jornalismo é uma profissão essencialmente humana, cujas ações têm ou deviam ter uma forte base ética que a guiasse. A liberdade de imprensa não devia dar carta branca aos meios de comunicação para esquecerem a qualidade e falarem de tudo e mais alguma coisa só porque podem. Pelo contrário, deviam sempre ambicionar a qualidade e a independência. Mas talvez este seja ainda um pensamento idealista de uma estudante.

Para que o jornalismo possa encetar a sua missão, temos de permitir que isso aconteça e vários são os obstáculos e problemas. Para além da tão mencionada e escrutinada desinformação, ou como são mais comummente conhecidas, “fake news”, que andam por aí há muito mais anos do que as pessoas pensam, temos de nos lembrar que, por esse mundo fora, há jornalistas presos e assassinados, cujo único crime cometido foi o de quererem exercer o seu direito constitucional à liberdade de imprensa. Não podemos esquecer que em países que nos são próximos, não necessariamente geograficamente, há presidentes que fazem o que podem para regular, ou melhor dizendo, censurar a informação noticiada pelos meios de comunicação. Como disse Thomas Jefferson, “A nossa liberdade depende da liberdade de imprensa e ela não pode ser limitada sem ser perdida”.

Devemos dar atenção a estes problemas, mas não nos podemos tornar em profetas da desgraça. Temos de aprender a elogiar e difundir o que fazemos de bom e não só criticar o que fazemos mal. O importante é que as pessoas aprendam a dar valor ao jornalismo e à liberdade de imprensa e que o jornalismo aprenda a ser cada vez mais digno de merecer esse valor e apreciação. Porque a verdade é que sem a liberdade de imprensa, eu não podia estar aqui a escrever isto e vocês não podiam estar a ler.   

Nota sobre a autora

O meu nome é Maria Inês Marques, tenho 19 anos e sou estudante de Ciências da Comunicação. Desde que me lembro que sempre gostei de escrever e quis ser escritora. Com o passar do tempo comecei também a apaixonar-me pelo jornalismo. Tenho várias paixões, mas a escrita e o cinema superam qualquer uma. Para mim, escrever é a melhor maneira de expressar aquilo que sinto e penso e fazer com que a minha voz seja ouvida. Sempre que escrevo sinto-me mais feliz e espero continuar a fazê-lo durante muito tempo e cada vez melhor. 

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