Desinfeta…

Desinfeta as mãos…

Mas não desinfetes a alma e a saudade que carregas no peito, do tempo que passou a correr e que agora já não volta.

Desinfeta a rua…

Mas não desinfetes a memória que todas as manhãs te traz a lembrança da tua alegria de criança.

Desinfeta a casa…

Mas não desinfetes as paredes ainda por pintar com os tons mais coloridos da natureza que, entretanto, esqueceste.

Desinfeta os ouvidos…

Mas não desinfetes a música que gostavas de ouvir em silêncio quando barulho nenhum te impedia de adormecer.

Desinfeta os olhos…

Mas não desinfetes a luz do sol que continuará a brilhar em cada instante da tua vida, mesmo quando as nuvens se mostram.

Desinfeta a roupa…

Mas não desinfetes o espelho que todos dos dias te confirma que existes e te faz agradecer mais uma ruga.

Desinfeta a cama onde te deitas…

Mas não desinfetes os sonhos que acontecem depois de contemplares a lua, mesmo em noites de temporal.

Desinfeta o ambiente…

Mas não desinfetes as pessoas que te fazem ser mais feliz, mesmo que alguma vez te tenham feito chorar.

Por favor, desinfeta tudo…

Mas não desinfetes o teu coração.

José Rodrigues. 

 

 

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