Demora-te (dentro de um abraço)

O mundo corre mais depressa que o tempo. O tempo não pára e dizem-nos que não podemos demorar. Ensinaram-nos, e ensinam-nos todos os dias, que não há tempo para parar. Não há tempo para demorar. E vamos passando, apressados, pelos dias, quase sempre sem parar. Sem reparar. Sem sentir, nada mais do que a correria do mundo e do tempo. Quase, até, sem respirar. Sem viver para o que realmente nos faz viver. Para o que nos faz amar.

Mas hoje, eu quero dizer-te uma coisa: demora-te. Dentro de um abraço.

Abraça alguém de quem gostas muito. Abraça alguém que precisa de um abraço. Abraça alguém porque tu precisas de um abraço. Abraça porque um abraço é a forma mais bonita de (de)morar. E demora-te.

Demora-te dentro de um abraço que, mesmo antes de abrir os braços, já está a chamar-te. Um abraço que te chama com o olhar, um abraço que te convida a entrar. A ficar. A morar. Demora-te dentro de um abraço que te abraça por inteiro. Um abraço que segura cada pedaço do teu coração. Da tua alma. Demora-te dentro de um abraço que te cura. Um abraço que sossega os medos. Um abraço que acalma as tempestades. Um abraço que te salva. Demora-te dentro de um abraço que te aquece quando o mundo é frio (e quando não é, também). Um abraço que te mostra o mundo mais bonito de todos os mundos. Demora-te dentro de um abraço-casa. Um abraço que te guarda dentro. Um abraço que te abriga do mundo inteiro. Um abraço que é o teu lugar. Demora-te dentro de um abraço que é a forma do amor. Um abraço que enlaça dois corações. Um abraço que te abraça para sempre. Demora-te dentro de um abraço que chega quando mais nada chega.

Demora-te dentro de um abraço. Mesmo que o mundo corra mais depressa que o tempo. Mesmo que o tempo não pare e que digam que não podemos demorar. Demora-te. Demora-te, porque é dentro de um abraço que o mundo pára. Que o tempo pára. E só quando paramos para nos demorarmos em algo, em alguém, é que vivemos. É que amamos.

E a verdade é esta: mesmo que o mundo corra mais depressa que o tempo e mesmo que o tempo não pare, não há correria nenhuma no mundo que compense o amor de um abraço demorado. E o milagre de um coração a sorrir.

Nota sobre a autora

Sou a Daniela Barreira, tenho 29 anos e tenho trabalhado com crianças. Dito assim, de forma directa e breve. Mas dizer, realmente, quem eu sou: sou aquela que acredita que um abraço é a melhor forma do amor. Sou aquela que acredita que () o amor muda o mundo. Que acredita que um pedacinho de amor, mesmo o mais pequenino (e, tantas vezes, especialmente o mais pequenino), muda o mundo. E é isto que me faz escrever, de vez em quando, por aqui:

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Faço parte da Mover Mundos, uma Associação que apoia os projectos de voluntariado do Movimento Missionário da Ramada, que vive este sonho de acreditar que, através do Amor, movemos mundos.

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Sou também a “criadora do Tatuar Sorrisos, que tem a simples missão de “Tatuar sorrisos no dia de alguém, na vida de alguém, no coração de alguém”, através de pedacinhos de amor escritos em post-it’s, deixados por aí.

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3 comentários em “Demora-te (dentro de um abraço)

  1. É verdade, um abraço vale. Um abraço transmite uma mensagem de amor, mesmo em silêncio. Um abraço transmite-nos, leva-nos ao encontro. Com um abraço conseguimos dizer tudo, dizer o que não cabe em palavras.
    Às vezes empregamos a expressão: chi-coração, porque, na verdade, o abraço atinge o coração…

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