Da Loucura

“Mas o mundo me chama louca”… Obrigada, Matias, pela versão que fizeste para mim do teu sucesso. É uma boa forma de me ajudar a explicar porque é que quando eu digo que vou três dias a um festival de música e outros três a outro, de seguida, as pessoas acham que eu sou maluca.

Mas é melhor começar pelo princípio (passe a redundância): olá, o meu nome é Tatiana Mota, tenho quase 36 anos e vou dois fins-de-semana seguidos a festivais de música. Ir a festivais de música não é uma coisa que tenha acontecido desde cedo. Por exemplo, eu não passei pelo ritual de emancipação adolescente, ou seja, eu nunca fui ao Sudoeste. Talvez por me ter iniciado tarde nestas lides, não acho que seja tardio ir a festivais de música. Aos olhos dos outros eu devia era estar casada e com filhos! Mas a vida nem sempre é linear e isso é que a torna fascinante, não é? 

A verdade é que eu sofro de FOMO: Fear Of Missing Out, ou em português, medo de estar a perder qualquer coisa. Mas ao nível da música. Todos os anos eu digo “é a última vez que venho três dias a um festival!”. Mas a verdade é que, quando começam a sair os nomes que compõem o cartaz, há uma espécie de formigueiro que se apodera de mim e começo a pensar “eish isto é tão bom! Gostava muito de ver ao vivo!” Ao mesmo tempo, o meu anjinho racional me diz ao ouvido “não te metas nisso, sabes o que podes fazer com o dinheiro do passe? Tens contas para pagar e mimimimi…” Passados dois ou três cabeças-de-cartaz, lalalala não estou a ouvir, não estou a ouvir!

E é então que eu esqueço as dores nas pernas por ter ficado em pé horas a curtir concertos, ou por ter andado de um lado para o outro, de palco em palco, para não perder aquela banda (lá está, FOMO), o calor humano na frente do palco, o frio da madrugada ao acabar a noite de concertos, as filas para as casa-de-banho, as ditas que só dá para lá entrar em apneia, a comida que ficará na anca uma vida inteira… E só me lembro do arrepio na pele ao primeiro acorde de guitarra, do calorzinho que invade cada célula do meu corpo quando soa aquela música, do sorriso parvo por pensar que, finalmente, vou ver aquela banda, dos abraços aos que me rodeiam por estar a partilhar com eles aquele momento… 1, 2 e 3, vamos lá outra vez! E já não é um festival, agora são dois! E em dois fins-de-semana seguidos! Aaaaah! É a loucura!!!!

Chamem-me louca, eu não me importo. Porque sei que não é loucura. Pelo menos, não da má. Quando amamos verdadeiramente alguma coisa, ficamos loucos. Loucos de amor! A música é o meu verdadeiro amor, aquele que nunca me deixou, aquele que está sempre lá – mesmo que eu agora esteja mais distante e até esteja a dar um tempo, ao ouvir mais podcasts. A música nunca me deixa ficar mal e tem a capacidade de me estar sempre a surpreender. E, se eu a puder ver e ouvir ao vivo, tudo o que de físico acontece no meu corpo é só a expressão do amor que lhe tenho.

1, 2, 3… 6 dias! Se procurarem por mim, digam que estou a ser feliz!

Nota sobre a autora

Olá, o meu nome é Tatiana Mota e passei ao lado de uma grande carreira na TV e na rádio. Como podem, aliás, ver neste vídeo de 35 segundos que realizei para um passatempo, e onde se denota grande talento de atriz (cof… cof…).

Para além disso, e para não passar ao lado de uma grande carreira na escrita, tenho vindo a desenvolver esse skill não só em publicações de informação cultural, como a LeCool Lisboa, mas também na nouvelle plataforma Reveal Portugal , sem contar também que sou foodie na Zomato.

Se tenho Instagram e Facebook? Claro que sim: no Insta – como dizem os jovens – e na xafarica do Sr. Zuckerberg, estou como sou, sem maquilhagem, em Alta Definição.

Atualmente, não tenho blog – mas já tive – e influencer, só se for a influenciar os filhos das minhas amigas a serem do Benfica. Penso estar a fazer um bom trabalho nesse sentido ?

da música de escala mundial. Mas, mesmo quando nos sentimos um “Tiny Dancer”,  o que é preciso é “don’t let the sun go down on me” e gritar “I’m still standing” a plenos pulmões! Com a certeza de que a nossa canção, seja ela qual for, será só para nós, é “your song”.

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