Crise de pânico: eu, doente, me confesso
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O que eu gostava de dizer a quem está ao pé de mim durante um ataque de pânico:
1 – Não me julgues, não penses que “é fita”. As minhas sensações são reais e o meu sofrimento também. Reconhece-o;
2- Leva-me para um lugar seguro longe dos olhares curiosos;
3 – Respira comigo. Ensina-me a respirar. Durante o ataque de pânico esqueço-me de como se respira e isso é o mais aflitivo;
4 – Fala comigo devagar e pausadamente. Tenta que me concentre na respiração e diz-me que estás ali, que não estou sozinha, e que não tarda vou sentir-me melhor;
5 – Recorda-me que nada de mal me vai acontecer e que o que sinto é momentâneo e vai passar;
6 – Sempre com um tom tranquilo, explica-me que não vou morrer. Mostra-me que estou a conseguir superar e que, dentro de breves momentos, tudo vai ficar bem. Nunca deixes de respirar comigo: é no teu ritmo que me vou focar;
7 – Quando eu recuperar, vou estar exausta. Acabei de passar por uma guerra. Leva-me para onde possa descansar e dormir se for essa a minha vontade;
8 – Liga-me mais tarde, para saber de mim. Trata-me como sempre me trataste, não te assustes com o que me aconteceu, não me estigmatizes;
9 – Fala comigo sobre isso, sem receios;
10 – Diz-me que vai ficar tudo bem e que eu vou superar como tantas outras pessoas superaram, a meu tempo, confiando no médico que escolhi para me acompanhar.
Muito obrigada.
Assinado: alguém que sofre de ataques de pânico.