Consciencialização ambiental dos nossos jovens

O bom de ser professora de Biologia e Geologia é poder fazer com que os meus alunos pensem e mudem de atitudes em relação ao ambiente e à sustentabilidade. Sendo a minha área, por excelência, aquela que aborda esses temas, é quase da minha responsabilidade fazê-los pensar de uma forma diferente… fazê-los olhar para o Mundo como sendo nosso, não para sobre-explorar recursos mas, sim, para cuidar.

Vivemos numa sociedade consumista, em que não se pensa duas vezes antes de comprar a última tecnologia, seja ela um jogo ou um telemóvel. Temos tudo à disposição com tremenda facilidade, que nem damos a isso o devido valor, por exemplo, até a simples água doce, tratada para ser própria para consumo e que está à distância da abertura de uma torneira, nós a desperdiçamos a lavar carros e passeios, apesar de a sua qualidade ser de ouro, equiparável à água de garrafão.

Poder fazer com que os meus alunos reflitam sobre isto é gratificante. Ser professor é muito mais que abordar e ensinar os conteúdos programáticos, é fazê-los crescer, tornarem-se homens e mulheres conscientes de que as suas atitudes terão um impacte no nosso planeta, seja ele positivo ou negativo. Então, é da minha responsabilidade que esse impacte seja o mais positivo possível. Por isso, muitas são as nossas discussões sobre as alterações climáticas, a sobre-exploração de recursos, o lixo nos oceanos, a separação de resíduos e a atual extinção das espécies (…), para que eles percebam o papel que cada um pode ter na mudança que é urgente ocorrer no nosso planeta. Tendo do meu lado os argumentos científicos, faço o meu papel sempre na esperança que fique algo “lá dentro” e que os faça mudar. É ingrato não conseguir ver a longo prazo o impacto destas nossas conversas, mas tenho a esperança que os futuros adultos que estou a formar ajam de uma forma menos egoísta para com o nosso planeta.

Para isso, sempre que posso, participo com eles em projetos em prol do ambiente e da sustentabilidade, tendo, por exemplo, promovido a reflorestação de uma área com espécies autóctones, tudo realizado por professores e alunos; construído um sistema de aquaponia, no qual produzimos vegetais e criamos peixes num sistema sustentável de poupança de água; participado num concurso no qual fomos vencedores e ganhamos uma turbina eólica que instalamos na escola. Bem como, no presente ano letivo, estamos a participar num concurso que promove a floresta autóctone portuguesa e iremos, também, proceder a uma limpeza dos resíduos que se encontram na praia.

Sei que o destino está nas mãos deles e é por isso que me envolvo neste tipo de projetos, porque sei que “ao plantar lá a sementinha” e “ir regando” enquanto estão comigo, posso ter a esperança que esta germine e que um dia o produto final me surpreenda e me orgulhe.

Nota sobre a autora

Sofia Coelho, 32 anos, 
Professora, por vocação e por paixão.
“Seja a mudança que você quer ver no mundo”, como dizia Gandhi é o meu lema de vida. Por isso é que quero que, esta minha passagem pela Terra, não seja uma simples passagem, quero deixar cá a minha marca… quero deixar a Terra um melhor planeta do que quando o encontrei. Para isto nada melhor do que ir formando as futuras gerações, a serem menos egoístas e consumistas, e a pensarem mais nos outros e no nosso planeta, porque na verdade Somos Um.

Adoro escrever, tudo o que penso e sinto… para mim é a forma mais pura de expressar o que me vai na alma!

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