As linhas do teu corpo estão tatuadas em mim

 

As linhas do teu corpo estão tatuadas em mim.

Talvez eternamente.

As coisas bonitas permanecem sempre.

Por mais que o mundo grite.

Que grite que o tempo passa e leva com ele tudo o que conquistou.

Em viagens aceleradas.

Nunca nada é acelerado quando sabemos amar realmente alguém.

O tempo a seu tempo passou.

Quando pensávamos que tínhamos a forma da eternidade.

O tempo a seu tempo ainda passa.

E ainda acordas, vives e dormes em mim.

Visto-me tantas vezes de nostalgias e tantas vezes danço ao sabor do tempo.

O sabor. O sabor do tempo.

Hoje sabe-me a certeza.

A certeza de que vamos com ele. Todos os dias.

E de que voltamos. Com saudade.

Todos os dias seremos ventos passados e ventos futuros.

Um passado que se encheu de memórias e um futuro que será qualquer coisa.

Ninguém me ensinou a viver depois de ti.

Mas ensinaste-me o maior segredo de um amor que acaba por morrer.

É deixá-lo permanecer em silêncio dentro de nós.

Guardá-lo com carinho.

E saber viver com isso, e depois disso.

É só na volta do abraço, do beijo e da saudade que voltaremos a ser amor.

Amor e tempo.

 

Nota sobre a autora

Filipa Eça Fonseca, 22 anos.

Sou apaixonada pela escrita desde pequenina. Não faz sentido se não o fizer. Chama-se vazio. E é um enorme vazio quando passo alguns dias sem escrever. Escrevo sobre o amor e muitas vezes também sobre o desamor. Sobre a saudade e o tempo. Gosto do tempo e de escrever sobre ele. Escrevi um livro dedicado ao meu avô, porque prometi a mim mesma que o primeiro seria para ele e para as estrelinhas que o iluminam. Promessa cumprida e a continuação de um caminho cheio de palavras. Tenho o 12º ano em Línguas e Humanidades. Tirei um pequeno curso de escrita criativa há pouco tempo e num futuro quase próximo, gostaria de tirar o meu curso de Jornalismo. Um sonho que quero realizar.

 

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