Aos meus amigos

Agora estamos longe, mas quero que saibas que me lembro de ti, a cada segundo que passa.

Naquele dia, o sol que brilhava na nossa esplanada, fazendo prever um fabuloso verão, transformou-se no pior dia de inverno. Qual vida mágica, amigo, capaz de incluir tempestades inesperadas nos mais belos dias primaveris e, talvez por isso, nos tenha deixado alguns nós na garganta que teimam em ser desatados. Conheço, há muito, o teu tempo. Conheces, há muito, o meu tempo, pois assim é a amizade. Mas, meu amigo, não conhecemos o tempo que falta para os desatar.

Agora estamos longe. Por enquanto, talvez.

Porém, entre as tempestades, sejam elas quais forem, pode surgir um novo mundo, capaz de nos surpreender e, se a vida continua mágica, continuaremos acima da morte e dos medos, como sempre estivemos, mesmo quando não dávamos conta que a felicidade estava bem debaixo dos nossos olhos. Ali, bem à nossa mão. Na nossa esplanada, na nossa rua, no nosso sorriso destapado, nas nossas imperfeições. Sim, porque somos humanos e, por isso, imperfeitos por definição.

Agora estamos longe. Mas a nossa caminhada continuará.

Ao teu lado, meu amigo, não importa a beleza do lugar onde a continuaremos, porque a nossa amizade transforma a qualidade do ar que respiramos, o chão que pisamos e os verbos que conjugamos nunca tiveram tempos. Seguiremos, porém, mais velhos. E, por isso, com mais memórias de todos os dias de Sol que antes nos iluminavam.

A seguir, meu amigo, quando voltarmos à nossa esplanada e o sol voltar a brilhar, prometeremos viver de forma mais simples e sentir de forma mais simples. Como é, afinal, a nossa amizade.

Como também é a vida, a tal que é mágica.

José Rodrigues. 

 

 

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