Saiam da redoma

 

Criem imaginários sórdidos de circunstâncias não vividas, mas que seriam expoentes tórridos se por um segundo conseguidas. Gritem o nome de quem vos roubou o sonho de ser a pessoa Amada, naquele dia que nunca mais voltou desde que se iniciou a derradeira saga. Façam gato sapato, do sapato do gato que calça aquela emblemática silhueta que fez de ti palhaço em sarcástica pirueta. Na vida do Mundo preso apenas por uma farsa, na sinistra corrida da desgraça, graça tem quem te viu cair no desfiladeiro do pensar que ele poderia sentir. Soltem os cães e os pardais, a fúria das sensações casuais, soltem o desejo de não poder mais, soltem o gelo quente dos seres carnais. Rezem pelos vivos e rezem pelos vossos umbigos. Chorem lágrimas por ninguém e voem para lá de não encontrarem alguém. Fiquem estúpidos da bebedeira, fiquem calmos com a cegueira de querer amar e não poder, porque semelhante ação vira uma implacável asneira. Matem as recordações que matam, violem as leis da sedução. Saiam da redoma e façam de vocês a vossa única salvação. 

Nota sobre a autora

Chamo-me Ana Neto, tenho 30 anos, vivo no Porto  e a nível académico tenho mestrado integrado em Ciências Farmacêuticas. Exerci essa profissão em várias vertentes durante 4 anos, e há cerca de 5 anos, com a minha melhor amiga criei uma marca de malas (Maria/Maleta). A paixão pela escrita vem desde criança, desde que me lembro escrevi sempre diários (tenho dezenas deles sobre a minha adolescência, confesso que lê-los é um momento de bastante embaraço versus nostalgia), andava sempre com blocos na mochila para poder “dizer” a mim mesma o que pensava e o que sentia. Não tenho nenhum motivo muito especial para a vontade de escrever, simplesmente o sentimento libertador é tão grande e faz-me sentir tão bem que gosto de pegar na caneta e escrever. Não posso dizer que é um passatempo porque não escrevo todos os dias, o trabalho e o dia a dia intenso por vezes faz-nos esquecer das coisas que mais gostamos de fazer. E agora lembrei-me que é bom contrariar isso.

Quando vi o “storie” da Rita a primeira coisa que pensei foi “Porque não?” e agora estou a escrever este email. Assim de repente não tenho nada para vos escrever no sentido de vos “impressionar”, e não me ocorre nada. Tenho muita coisa guardada, cadernos e cadernos sobre variadíssimos temas, e lembrei-me de um texto que escrevi à 8 anos sobre o Amor para o museu nacional de impressa. E Amor fica sempre bem, uma vez que, na minha opinião, sem ele não existia vida nem conceito de  “viver a vida”. 

Mais sobre mim: gosto muito de futebol, de dançar até me doer os pés, falar sobre o nada e as banalidades da vida, gosto de ouvir, gosto muito de rir, não tenho conta de Instagram pessoal (só da marca), gosto de carne, peixe e de comida no geral, gosto de pensar, não gosto de azeitonas pretas, gosto de cerveja, adoro ouvir música em todas as actividades que faço no dia a dia, gosto de conduzir, não gosto da sensação de fim. 

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