Agosto traz a família

Olho em volta e vejo casa cheia. Há colchões no chão, mantas espalhadas, pão fresco na cozinha e, junto a mim, um ser pequenino respira quente no meu braço. Estou em paz. Agosto traz a família, o aconchego, o que conhecemos e o que não temos no resto do ano. Parece que vale tudo: a hora do banho altera-se, as refeições são improvisadas, as risadas são cada vez mais altas e, principalmente, os olhos encontram-se muito mais. Valham-nos as tecnologias que, se em tanto fazem mal, em tanto nos ajudam a encurtar distâncias, sejam elas físicas ou, as piores: as da alma. Podia eu não ter mais nada: as saídas em noites quentes de verão, as roupas que moldam os corpos, aquilo que em tantos momentos nos parece essencial mas, deitada aqui, percebo… São nada, em comparação com tudo isto que respiro. Por um momento, peço ao tempo que pare: alguém, aí de cima, aí do alto, por favor, que tire o som do tiquetaque deste relógio e me deixe encantar… Que me deixe viver este sonho: a realidade mais pura de acordar todos os dias e deitar-me todas as noites, com uma família recheada de amor.

 

Nota sobre a autora

Susana Machado
23 anos
Licenciada em Educação Básica
A iniciar o Mestrado em Educação Pré-Escolar em Setembro de 2018
Atualmente, sou Coordenadora do Projeto Marézinhas do Futuro, pertencente ao
Programa Maré Viva, a decorrer nas praias de Cascais.
Desde criança, gosto muito de ler e de escrever sobre o que me encanta e faz bater mais
forte o coração. Fico deslumbrada com o que leio e me transporta para a minha realidade
ou para aquelas que um dia penso viver.
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