A verdade num palco de ilusões – 1.ª semi-final Eurovisão
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Foi abraçado a uma falsa liberalidade que Israel acolheu a Eurovisão.
Num palco que muito fazia lembrar o português – o israelita com linhas mais retilíneas – a mensagem de liberdade e aceitação esteve sempre presente; quer pelo tema escolhido por Dana International, pelos casais apanhados pela “love cam” ou pela emotiva frase de Netta (vencedora do certame no ano passado) no desfecho da sua performance – “obrigado por terem escolhido a diferença”.
Sabemos, e por isso as inúmeras tentativas de boicote ao Festival este ano, que “Israel não é isto”.
Mas lá tentaram pintar a sua verdade de forma mais bonita e acredito que os mais desatentos achem que por aquelas bandas é tudo malta muito cool e só forró. Nesse sentido, ao invés de 12 points from Portugal, levam um Óscar.
Prosseguindo…
Não vou fazer um resumo da minha opinião sobre cada música porque:
- 1- who am I?!
- 2- Ia parecer um hater;
- 3- as opiniões são como rabinhos, cada um com o seu.
Mas deixem-me dizer uma coisa, a qualidade do som era pior do que má. E o problema não foi só da minha televisão, dado o número de comentários acerca do áudio que pairam na internet. Não sei se estes problemas eram em exclusivo para o telespectador ou se de facto eram uma falha técnica da organização. Se for esta última opção, a coisa “tá grave”, porque um mau som pode destruir uma performance, dando azo a que os intérpretes, por exemplo, cantem fora de tom, coisa que aconteceu inúmeras vezes.
Canção nr.° 15 – “Silêncio que vai cantar o Conan”.
E cantou. E entoou. E arrepiou. Mas sobretudo, representou.
E no final da atuação levámos a maior salva de palmas. Essas coisas “mexem com uma pessoa”.
Todo o nosso país, mesmo a faceta discordante, esteve ali representado em 3 minutos. Quer pela forma como cantou, pela boa moda que envergou ou pela letra que espelha a obra musical portuguesa.
Estivemos todos ali. Mesmo aqueles que acham que não. E isso nunca ninguém irá poder tirar ao Tiago (ao Conan). Foi, é e será sempre um feito dele e da sua maravilhosa equipa. Um feito único – a meu ver.
A votação final foi, claramente, injusta. Não só para com a nossa canção. Mas sobretudo.
Talvez isso já seja a minha visão patriótica sobre o assunto. Ou por gostar, realmente, do Conan.
Agora todos aqueles que mal disseram sobre a canção estão a corroborar todas as suas anteriores afirmações. E os que bem disseram, fiéis à sua opinião estão.
Mas que esta prestação nos sirva de lição. Porque num palco de ilusões, levámos a verdade.
Tudo o que ali esteve, existe. É real. É um pedaço de história.
Cabe a cada um guardá-lo no sítio que lhe aprouver.
Eu guardá-la-ei no coração. É lá que se guardam as coisas bonitas, não é?
Nota sobre o autor
Mário de Carvalho. 23 anos . Celebrity Stylist.
Concordo com tudo o que aqui está escrito. Como é possível ter sido o teatro tão mal montado? Merecíamos mais e sabemos que o Conan é mais
Uma representação controversa é sempre boa e é sinal que marca a diferença.
Só temos de sentir orgulho e deceção pela injustiça.
Sempre gostei de tudo nesta canção e em toda a encenação e postura em todos os momentos.
Para o Tiago e para o João os meus parabéns e “ya tasse na boa, tas a ver? Foi aquela cena mas sim. Ok”