A dor associada à Endometriose

Quando se fala de Endometriose, quem tem algum conhecimento prévio acerca da doença (afinal as estatísticas sugerem a afetação de uma em cada 10 mulheres) avança logo com o chavão “DOR”.


Lado a lado com a dor física, que muitas vezes me levava ao limite da minha força e, literalmente, me enlouquecia e me conturbava a mente, fazendo-me cair num vazio de incógnitas e de porquês, levando-me mesmo à autoagressão, vinha a dor emocional.


A dor emocional é tanto ou maior que a física e é tantas vezes tratada como o parente pobre nesta doença. Apesar de tudo, para mim, sempre foi mais complicado gerir a dor emocional do que a dor física. A dor física, mesmo que não a conseguisse debelar no momento, ao fim de uns dias amenizava, mas a dor emocional acompanhava-me em cada minuto. E considero que esta em muito implicou a minha condição e a minha deterioração física, permitindo à doença ganhar terreno a ritmo acelerado…


Embora desde cedo suspeitasse do que comigo se passava, a confirmação “tardia” (atendendo aos anos de sintomatologia apesar da pouca idade) e o ouvir da parte de vários profissionais falsos diagnósticos e esperanças, contribuiu, também, para que eu não aceitasse a minha condição específica. Sempre a “desvalorizei”, sempre a escondi e me escondi, e procurei exaustivamente informação, até atingir um ponto de ruptura. Se já me culpabilizava, comecei a pensar que eu só podia ser muito má pessoa para não me ser concedida a bênção de ser mãe. Eu só queria o meu bebé. Era apenas isso que me movia e aguentava a pior dor física que alguma vez senti, mas não aguentava a dor de um colo vazio.


É por isso que é importante alertar que esta doença não é apenas física, mas é muito além disso, e aqui deixo o meu apoio e compreensão a todas nós; que choramos a cada dia por um colo vazio, com um coração a transbordar de amor, na certeza que o amor sai sempre vencedor!

Sofia Pestana

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3 comentários em “A dor associada à Endometriose

  1. Senti a dor física e emocional desta doença que os livros dizem ser crónica. Na minha experiência pessoal, a Medicina Tradicional Chinesa curou-me. O tratamento foi feito há 7 anos e como eu gosto de dizer, faço a minha “recauchutagem” anual (por opção própria) para tratar e equilibrar o meu corpo. E, nada mais. Hoje vivo sem nenhuma dor, nenhum condicionamento.

  2. Tão verdadeiro….só quem passa por isto vai entender ??revi me em cada palavra, os mesmos sentimentos a mesma dor ?agora tenho tudo resolvido na minha cabeça mas foi duro…. muito duro

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