Sofia

 

A Sofia sorria. Nunca estive triste ao lado dela. Era um sorriso do tamanho do nosso amor. E ria-se do que eu escrevia. Quando escrevia que um beijo dela era suficiente para ser o super homem, lá largava um esgar sorridente. Mas era. Um herói sem capa, pronto a salvar o seu coração.

A Sofia dançava. Num salão. Num teatro. No mais pequeno chão de sua casa. E eu assistia. Nunca entrei numa dança sua. Todos os dias me penitencio por isso. A minha falta de jeito não deveria ter sido superior à sua falta de parceiro. Sempre achei que talvez gostasse de dançar sozinha. Mas não. Tão néscio que era. Nunca ninguém gosta de ser ímpar numa dança sem par.

A Sofia gostava do mar. Um dia disse-lhe que sempre que o mar se agitava, eu pensava nela e, a partir daí, todos os dias me disse que o mar estava agitado. A Sofia tinha cabelos de ouro. Daqueles iguais aos das princesas. Ela merecia ter tido uma história encantada mas alguém arrancou a página onde éramos felizes para sempre.

 

Nota sobre o autor

Emanuel Silva.

25 anos.

Técnico de gestão do conhecimento.

Escrevo pela companhia que as palavras representam. Para evitar a solidão e poder partilhar numa folha branca o que bem entendo. Escrevo para abraçar o Mundo sem ter de o tocar. Escrevo porque sou humano. [email protected]

 

Partilhe nas Redes Sociais
FacebookTwitterPinterest